O tilintar de uma gota
O esparramar de gotículas quentes e tristes
A força da gravidade que leva toda lágrima ao chão
O deslizar de cada gota entre cada rajada de vento
O viajar da queda de meu rosto até se encontrar no solo
O escorrer da lágrima em minha pele emudecida
O passar de minhas mãos em meu rosto umedecido
O afogar de meus olhos avermelhados
O navegar de tremidos gestos
O olhar de quem não espera
O respirar lento de medo e temor
O imaginar o que não quer nem pensar
O doer que acomete cada célula de meu sangue
O apertar de cada batida cardíaca
A alegria que se vai sem se despedir, nem dar adeus.
Cassiano Moraes (Rafael Rodrigues de Moraes)
terça-feira, 6 de agosto de 2013
quinta-feira, 11 de julho de 2013
Resumo
A
vida é muito grande para caber em algumas páginas de livros, mas sempre podemos
resumi-las. Não é a toa que sempre vemos por aí muitas biografias, sejam de pessoas
famosas ou não. Mesmo assim, a vida continua não sendo um resumo. A vida é uma
história que não pode ser contada em todos os seus segundos vividos, mas apenas,
em alguns de seus momentos mais importantes e marcantes.
De
grosso modo pode parecer bonito, ter a história (resumida) de sua vida escrita
em um livro. As pessoas estariam impressionadas com seus feitos, com seus
conhecimentos ou qualquer outra coisa que o faça importante a ponto de escreverem
sobre si. Eu também me sentiria muito honrado se alguém quisesse escrever sobre
mim, mas não me sentiria tão confortável.
A
vida não é feita de grandes feitos apenas, que por sinal não são muitos, a vida
é repleta de pequenos gestos que poucos se importariam em saber. Poucos sabem,
mas sabe quem inventou o relógio de pulso? Santos Dumont, o mesmo inventor do
avião. Parece incrível, mas saberia dizer qual era a cor favorita dele? Qual
seu prato favorito? Que tipo de música gostava de escutar?
Somos
muitas vezes escravos do grande e ignorantes do pequeno. Não sabemos
proporcionar a nós mesmo uma vida de muitas histórias a partir do simples. Se
imaginarmos o quão bobo pode ser aquele momento do seu café da manhã, em que dá
uma mordida naquele pão com manteiga, aqueles farelos grudados em seu rosto e
após uma sessão de mastigação, seu gole de café com leite. Quem estaria
interessado nisso? Tirando você mesmo, ninguém.
A sua vida só é
importante se você resumir, nada além daquilo e pronto. A sua vida é um resumo
aos olhos do outro e aos seus. Quando você deixar a existência deste plano
terreno, ou simplesmente, morrer, todos se lembrarão da pessoa que você foi,
daquilo que fez em vida ou das suas vivências, mas nunca lembrarão do seu pão
com manteiga e de seu gole de café com leite.
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