quarta-feira, 27 de junho de 2012

Uma cruz de vidro

É incrível como o pragmatismo religioso pode chegar a ser absurdo e ridículo. Sou cristão, católico apostólico, mas não sou de pedra. Às vezes me deparo com situações que sinto vergonha de minha religião. Deus é Deus, Cristo é Cristo, Maria é Maria, anjos são anjos e nós somos nós. Porém, há momentos em que nós podemos ser Deus, podemos ser Cristo, podemos ser Maria, podemos ser anjos. Claro que não podemos ser literalmente nossos protetores divinos, mas podemos cumprir com alguns de seus papéis nesse mundo tão necessitado de fé. Quantas mães não se martirizam ao ver um filho sofrendo pela drogas, pelo crime, pela morte? Quantas pessoas no dia-a-dia não salvam outras que estão buscando o caminho errado, o caminho da morte, o caminho da tristeza? Quantas atitudes não são olhadas por Deus por buscarem o bem, a salvação do ser humano? É um abraço, um olhar, um aperto de mão, uma atenção mais vívida, um momento com os amigos, uma conversa de desabafo com alguém mais íntimo, um momento de extroversão numa bagunça com a família. Deus não busca só as orações, mas sim o bem estar de seu filho. Como já diz a própria palavra, onde o nome Dele for citado, até mesmo pensado, Ele estará lá, seja na oração, seja na música, seja no carinho com o conhecido ou desconhecido. Isso é ser Deus, ser Mãe, ser Pai, ser um protetor divino. Agora, se há pessoas que acham que nós, filhos de Deus, não podemos fazer milagres, essas pessoas estão precisando rever suas vidas. Tenho certeza que quando elas precisaram, Deus ajudou, mas não com suas mãos, e sim, com as mãos de amparo de outro filho.

Na moral >>> TOUCHÉ ao pragmatismo religioso das pessoas...

sábado, 23 de junho de 2012

Carta em branco


Escrevo, pois não posso mais me calar. Minhas letras corroem minha garganta, lamentando, implorando por uma chance de se aliviarem em uma carta em branco. Minha saliva ferve em minha língua, a fazendo palpitar de desejo pelo ar de um inverno chuvoso. Meus dedos tremem ao sentir a tinta tocar o papel em delicados movimentos de escrita e criação. Um início, uma frase, um óbvio descrito em sinais manuais.  Uma verdade limpa e cheia do suor  do criador supremo, uma relação de amor e ódio diante dos olhos de um leitor.