Estava me lembrando de um fato, que faz
anos que ocorreu, uma mãe vê um filho cair em um córrego, e sem saber nadar,
pula no córrego para salvar o filho. Este fato ficou muito famoso pelas imagens
fortes da situação, isso graças a um fotógrafo que por ali passava. Porém, além
da repercussão do caso, quanto a bravura da mãe, o fotógrafo foi muito, mas
muito mesmo, questionado a respeito de sua atitude. Questionou-se o motivo que
o fotógrafo teve de não ajudar a mãe e seu filho, e tirar as fotos daquele
fato. Agora, qual é o limite entre registrar uma imagem de rara ocasião e deixar
tudo de lado para salvar alguém? Você tendo conhecimento do fato, com total
certeza, já vai ter uma opinião, mas e se você estive na situação do fotógrafo?
Quando digo isso, não digo numa situação hipotética, mas numa situação real. E
se agora, neste momento, algo que colocasse sua reação em prova, acontecesse com
você, o que faria? É muito fácil encontrar argumentos quando se tem tempo e emocional
preparado, mas em situações onde a reação acontece em segundos, nem sempre a “teoria”
se torna “prática”. Você pode ter várias variáveis na teoria, mas que na
prática não vão aparecer. Questionar a atitude de alguém é extremamente
simples, mas interpretar a emoção é completamente difícil. Se você presenciar
atitudes fora do comum das pessoas, como explosões de adrenalina, pode ter
certeza que aquela reação não foi pensada, planejada, prevista, foi uma atitude
reflexa do comportamento humano. Fique claro que não estou dizendo que o
fotógrafo foi certo ou errado, mas mostrando que tanto ele, como você, leitor,
são seres humanos movidos também por atos reflexivos da conduta humana.
segunda-feira, 16 de julho de 2012
terça-feira, 3 de julho de 2012
O fim para o início
A morte. Nós como meros seres
humanos sabemos que um dia chegaremos ao fim do nosso caminho. Contudo, ao
deixarmos o mundo mortal, há pessoas que ficam, sentiram saudades, a falta e
não entenderam nada do que está acontecendo. Estranho isso, não? Mas é assim
uma criança bem pequena pensa da morte. Sabe-se que é muito complicado explicar
o sentido da morte para uma criança, não é algo que se pode pegar, que se pode
ver. “Ah, mas um cara com três tiros estendido no chão não é visível?” Sim,
caro leitor frenético, porém é aquele homem morto, e não a morte. Parece simples
a nossos olhos saber o que é a morte, claro que cada crença tem uma definição,
mas todas tem um mesmo início: é o fim do corpo material. Para alguns, o
espírito vai para o céu, vai para o inferno, vai para o paraíso, vai para uma
cidade espiritual, vai para o lado de seu deus, e às vezes fica por aqui mesmo,
em nosso plano terreno. Enfim, os últimos passos do ser humano são para o fim
de sua vida. O que dizer a uma criança a respeito? Novamente digo que cada
crença teria sua explicação, mas qual seria a explicação social, ética da
morte? O que dizer para todas essas pequenas, por exemplo, em uma escola? Seria
um pouco mais complicado em um contexto neutro de religiosidade. Respeitar as crenças
é importante, mas a opinião de um pode não ser a opinião do outro. Podemos
equalizar muitas coisas: política, esporte, moda, música, etc., mas certos
assuntos não devem ser tratados como discussões de crenças. Se alguma criança
me perguntasse o que aconteceu com seu avô, por exemplo, ao vê-lo dentro de um
caixão e sendo velado ao meio da sala de sua casa, não teria dúvidas ao
responder: “Chegou a hora dele partir desse mundo, seu papel foi cumprido e ele
pode descansar em paz.” Não citaria os nomes de céu, Deus, Jesus, pois estaria
evocando meios de constrangimento a criança. Digo isso porque passei isso
quanto ao falecimento de minha bisavó. Estava dormindo no quarto, acordei e
estava muito silencioso. Achei estranho e saí da cama. Fui até a sala e vi
minha bisavó dentro de um caixão. Sentei sobre o colo de minha avó e a ouvia chorar. Fiquei um tempo ali, voltei a minha cama e comecei a chorar dizendo: “Por
que, meu Deus? Por quê?” Claro, que ao dia seguinte, não escorria mais nenhuma
gota de lágrima de meus olhos. Isso
porque não foi meu Deus que a fez morrer, já era chegada a hora dela partir e
descansar em paz. O que quero dizer é que não devemos mostrar alguém que seja
responsável por ter levado um ente querido, mas dizer que todos nós temos
missões aqui nesse mundo, e ao cumpri-las, podemos descansar.
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