A morte. Nós como meros seres
humanos sabemos que um dia chegaremos ao fim do nosso caminho. Contudo, ao
deixarmos o mundo mortal, há pessoas que ficam, sentiram saudades, a falta e
não entenderam nada do que está acontecendo. Estranho isso, não? Mas é assim
uma criança bem pequena pensa da morte. Sabe-se que é muito complicado explicar
o sentido da morte para uma criança, não é algo que se pode pegar, que se pode
ver. “Ah, mas um cara com três tiros estendido no chão não é visível?” Sim,
caro leitor frenético, porém é aquele homem morto, e não a morte. Parece simples
a nossos olhos saber o que é a morte, claro que cada crença tem uma definição,
mas todas tem um mesmo início: é o fim do corpo material. Para alguns, o
espírito vai para o céu, vai para o inferno, vai para o paraíso, vai para uma
cidade espiritual, vai para o lado de seu deus, e às vezes fica por aqui mesmo,
em nosso plano terreno. Enfim, os últimos passos do ser humano são para o fim
de sua vida. O que dizer a uma criança a respeito? Novamente digo que cada
crença teria sua explicação, mas qual seria a explicação social, ética da
morte? O que dizer para todas essas pequenas, por exemplo, em uma escola? Seria
um pouco mais complicado em um contexto neutro de religiosidade. Respeitar as crenças
é importante, mas a opinião de um pode não ser a opinião do outro. Podemos
equalizar muitas coisas: política, esporte, moda, música, etc., mas certos
assuntos não devem ser tratados como discussões de crenças. Se alguma criança
me perguntasse o que aconteceu com seu avô, por exemplo, ao vê-lo dentro de um
caixão e sendo velado ao meio da sala de sua casa, não teria dúvidas ao
responder: “Chegou a hora dele partir desse mundo, seu papel foi cumprido e ele
pode descansar em paz.” Não citaria os nomes de céu, Deus, Jesus, pois estaria
evocando meios de constrangimento a criança. Digo isso porque passei isso
quanto ao falecimento de minha bisavó. Estava dormindo no quarto, acordei e
estava muito silencioso. Achei estranho e saí da cama. Fui até a sala e vi
minha bisavó dentro de um caixão. Sentei sobre o colo de minha avó e a ouvia chorar. Fiquei um tempo ali, voltei a minha cama e comecei a chorar dizendo: “Por
que, meu Deus? Por quê?” Claro, que ao dia seguinte, não escorria mais nenhuma
gota de lágrima de meus olhos. Isso
porque não foi meu Deus que a fez morrer, já era chegada a hora dela partir e
descansar em paz. O que quero dizer é que não devemos mostrar alguém que seja
responsável por ter levado um ente querido, mas dizer que todos nós temos
missões aqui nesse mundo, e ao cumpri-las, podemos descansar.
terça-feira, 3 de julho de 2012
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