terça-feira, 3 de julho de 2012

O fim para o início


            A morte. Nós como meros seres humanos sabemos que um dia chegaremos ao fim do nosso caminho. Contudo, ao deixarmos o mundo mortal, há pessoas que ficam, sentiram saudades, a falta e não entenderam nada do que está acontecendo. Estranho isso, não? Mas é assim uma criança bem pequena pensa da morte. Sabe-se que é muito complicado explicar o sentido da morte para uma criança, não é algo que se pode pegar, que se pode ver. “Ah, mas um cara com três tiros estendido no chão não é visível?” Sim, caro leitor frenético, porém é aquele homem morto, e não a morte. Parece simples a nossos olhos saber o que é a morte, claro que cada crença tem uma definição, mas todas tem um mesmo início: é o fim do corpo material. Para alguns, o espírito vai para o céu, vai para o inferno, vai para o paraíso, vai para uma cidade espiritual, vai para o lado de seu deus, e às vezes fica por aqui mesmo, em nosso plano terreno. Enfim, os últimos passos do ser humano são para o fim de sua vida. O que dizer a uma criança a respeito? Novamente digo que cada crença teria sua explicação, mas qual seria a explicação social, ética da morte? O que dizer para todas essas pequenas, por exemplo, em uma escola? Seria um pouco mais complicado em um contexto neutro de religiosidade. Respeitar as crenças é importante, mas a opinião de um pode não ser a opinião do outro. Podemos equalizar muitas coisas: política, esporte, moda, música, etc., mas certos assuntos não devem ser tratados como discussões de crenças. Se alguma criança me perguntasse o que aconteceu com seu avô, por exemplo, ao vê-lo dentro de um caixão e sendo velado ao meio da sala de sua casa, não teria dúvidas ao responder: “Chegou a hora dele partir desse mundo, seu papel foi cumprido e ele pode descansar em paz.” Não citaria os nomes de céu, Deus, Jesus, pois estaria evocando meios de constrangimento a criança. Digo isso porque passei isso quanto ao falecimento de minha bisavó. Estava dormindo no quarto, acordei e estava muito silencioso. Achei estranho e saí da cama. Fui até a sala e vi minha bisavó dentro de um caixão. Sentei sobre o colo de minha avó e a ouvia chorar. Fiquei um tempo ali, voltei a minha cama e comecei a chorar dizendo: “Por que, meu Deus? Por quê?” Claro, que ao dia seguinte, não escorria mais nenhuma gota de lágrima de meus olhos.  Isso porque não foi meu Deus que a fez morrer, já era chegada a hora dela partir e descansar em paz. O que quero dizer é que não devemos mostrar alguém que seja responsável por ter levado um ente querido, mas dizer que todos nós temos missões aqui nesse mundo, e ao cumpri-las, podemos descansar.

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