segunda-feira, 16 de julho de 2012

Por trás de uma lente craniana


            Estava me lembrando de um fato, que faz anos que ocorreu, uma mãe vê um filho cair em um córrego, e sem saber nadar, pula no córrego para salvar o filho. Este fato ficou muito famoso pelas imagens fortes da situação, isso graças a um fotógrafo que por ali passava. Porém, além da repercussão do caso, quanto a bravura da mãe, o fotógrafo foi muito, mas muito mesmo, questionado a respeito de sua atitude. Questionou-se o motivo que o fotógrafo teve de não ajudar a mãe e seu filho, e tirar as fotos daquele fato. Agora, qual é o limite entre registrar uma imagem de rara ocasião e deixar tudo de lado para salvar alguém? Você tendo conhecimento do fato, com total certeza, já vai ter uma opinião, mas e se você estive na situação do fotógrafo? Quando digo isso, não digo numa situação hipotética, mas numa situação real. E se agora, neste momento, algo que colocasse sua reação em prova, acontecesse com você, o que faria? É muito fácil encontrar argumentos quando se tem tempo e emocional preparado, mas em situações onde a reação acontece em segundos, nem sempre a “teoria” se torna “prática”. Você pode ter várias variáveis na teoria, mas que na prática não vão aparecer. Questionar a atitude de alguém é extremamente simples, mas interpretar a emoção é completamente difícil. Se você presenciar atitudes fora do comum das pessoas, como explosões de adrenalina, pode ter certeza que aquela reação não foi pensada, planejada, prevista, foi uma atitude reflexa do comportamento humano. Fique claro que não estou dizendo que o fotógrafo foi certo ou errado, mas mostrando que tanto ele, como você, leitor, são seres humanos movidos também por atos reflexivos da conduta humana.

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