domingo, 2 de dezembro de 2018

Os meus amigos numerados


Eu faço parte de um grupo do Face, até hoje nem sei o motivo pelo qual estou lá, mas estou, e percebi que muitas postagens da molecada dizem basicamente que “querem novas amizades”, que isso e que aquilo.
Se olhar, são jovens que mal tem 15, 16 anos. Em seus perfis, explodem quantidades de pessoas com amigos e ainda querem mais.
É muito estranha essa necessidade de chamar atenção, pois é isso que eu enxergo, CHAMAR ATENÇÃO. Tenho por mim que números não fazem uma pessoa melhor. Tenho muitos amigos em minha rede social, mas não significa que eu dê a real atenção que deveriam, já que eles estão lá no meu “círculo de amigos”.
O problema não é ter mais amigos, mas saber se conseguimos dar conta daqueles que já são nossos amigos. Às vezes, por erro próprio, gastamos tanto tempo de nossos dedos para fazer um volume desnecessário em nossos perfis, que não atribuímos importância ao que fazemos. Isso não passa de populismo. “Tenho mil amigos, sou popular”, não, não é popular, é ridículo. Infelizmente eu sou um ridículo também. Tenho mais amigos que consigo “suportar”.
Deveras, deixo minha mais sinceras desculpas aos amigos que não converso, que não deixo meu oi, que não mostro o carinho que deveria. E deixo como dica/conselho, faça amigos, não faça números. Hoje pode ser animador e exuberante, mas depois se torna um acúmulo de grande nada.

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

A morte e vida de Deus para mim


Hoje é dia 20/9, um dia depois de ter perdido para a morte um dos meus gatos de estimação, meu branquinho, o Boy. Antes dele, já tive dois cães machos, filhotes. Perdi ambos para uma doença impiedosa. Senti a minha primeira dor próxima pela morte. Quase dois anos depois, voltei a sentir essa dor.
Ontem a tarde, recebi a notícia de que meu gato estava vomitando. Pensei inicialmente em excesso de ração, ele passava um tempo na rua e voltava só para comer. Até então, não imaginava que seria algo pior. Minha irmã disse que ele estava deitado em um canto do quintal e que não deixava ela se aproximar. Ele saiu, foi para academia. Isso foi no meio da tarde. Saí do trabalho e vim direto para casa. Fui até o canto que ele estava, mas o encontrei morto. Em um primeiro momento pensei “Puts, Boy, você morreu, cara. Que sacanagem,”.
De imediato liguei para minha namorada para avisar do ocorrido. Não conseguia o contato, até que ela me retornou. Falei o que havia acontecido, ela ficou triste com a notícia também. Já fui pensando em o que faria com o corpo dele, mas depois disso, minha chave emocional foi ativada. Quando desliguei o telefone, comecei a chorar sua morte. Senti a mesma dor de dois anos atrás, mas já entendida e absorvida mais facilmente.
Tive ali um momento de tristeza muito forte. Senti um pedaço de meu chão cair. Em lágrimas, comecei a procurar algo em que eu pudesse tirá-lo daquele canto do quintal. Fui ao quarto, peguei uma sacola grande e com todo cuidado, fui colocando o corpinho dele dentro. Foi quase como uma cerimônia de despedida (pauso agora para chorar, as memórias do dia ainda me emocionam muito). Deixei ele em cima de um caixote, peguei uma cadeira, fiquei perto e fiz seu pequeno e curto velório. Minhas lágrimas ainda eram evidentes, mais contidas, mas contínuas. Minha irmã chegou e viu a situação, ficou chocada com o acontecido, se compadeceu a morte, me orientou a entrar e ir deitar um pouco. Fiquei mais um pouco e entrei.
Deitei em minha cama e passei em lembrar de todos os relatos, vídeos e afins de pessoas que perderam seus animais de estimação para a morte, fosse por doença, fosse por velhice, fosse para poupar o animal do sofrimento. Me compadeci em cada lembrança. E lembrei de tantas falas de pessoas que dizem que “animal não é gente, morre um, pega outro”. É um ser vivo como nós, dedicamos nosso carinho nossa atenção, nosso dinheiro, nossa morada para eles e eles nos retribuem com carinho, com brincadeira, com pulos, com um roçar nas pernas, com companhia no sofá ou cama. Damos nosso tempo para eles e eles dão o tempo deles para nós. E o tempo do meu gato acabou.
Já tinha ligado para solicitar a remoção do meu gato, umas 20:15 mais ou menos, chegaram. Um funcionário bateu palmas em frente de casa, levantei da minha cama, saí, abri o portão e ele entrou. Estava com um saco plástico branco, pegou o corpo do meu gato o colocou no saco e o levou embora. Me contive para não chorar, mas quando voltei para meu quarto, as lágrimas não se continham, chorei brevemente. Tenho mais duas gatas, acho que entenderam um pouco da minha tristeza e se deitaram comigo na cama.
Pensei em Deus nesse momento. Por que meu gato morreu tão novo? Por que ele teve que ir embora com dor, sofrendo? Quando perdemos alguém querido para nós, a pergunta é sempre a mesma “Por quê?”. Fiquei em minha cama o resto da noite, pensando em uma resposta. Mas aí lembrei “Deus nos tira hoje para nos dar em dobro amanhã” e aos poucos fui acalmando meu coração, mesmo triste.
E quando o cara lá de cima age, as coisas aqui embaixo acontecem. Fiquei até um pouco depois da meia-noite acordado, aí tive que dormir, o dia seguia e tinha que ir trabalhar. Fui pegar meu cobertor e ele estava molhado. Minha gata estava no quarto e ficou embaixo do cobertor, pensei na hora “Mijou na minha cama”, mas para minha surpresa, Deus agiu. Minha gatinha acabava de dar luz a dois filhotes. Pulei da cama chamando minha irmã “Jéssica, pega a transportadora, nasceu os filhotes da Mel”. Minha irmã veio ver a cena e se animou também, me ajudou no que foi possível para arrumar a minha gata e os filhotes.
Depois de uma grade tristeza, na virada do meu dia, tive uma grande alegria. Agradeci imensamente a Deus por estar presente naquele momento. Mais tarde, depois de acordar para ir ao trabalho, vi que haviam 4 filhotes, minha gata sofreu um pouco mais, mas estava tudo bem.
Vivenciei a morte e vida de Deus em pouco tempo. E sei que chegará outros momentos assim durante toda minha vida. A morte é o fim de uma nova história, mas a vida nos ensina a continuar a escrever as nossas histórias, sempre lembrando de tudo que já foi escrito antes.
Essa é uma pequena homenagem para meu gato de estimação e uma amostra de minha alegria pelo nascimento dos filhotes.

domingo, 16 de setembro de 2018

Opinião

Depois de tanto tempo sem escrever textão, volto com um texto para pensar. Como o título já diz, o assunto é opinião. Parece tão fútil o tema, mas não é. Provoca, cutuca, incomoda e muito, ainda mais quando não se aceita a do outro.
Estamos quase em época de eleição. Nunca escondi de ninguém minha simpatia ao PT, sempre deixei aberto que a filosofia do partido me encantava desde pequeno. “Ah, mas PT é isso, PT é aquilo”, sempre ouvi muito dos meus amigos essas falas, mas isso nunca mudou meu modo de pensar. Porém, os tempos mudaram, a política mudou, a sociedade mudou. Muitos fatos mancharam a imagem do partido e, ao mesmo tempo, mancharam ainda mais a política do país.
Hoje temos um grande debate sobre quem queremos no comando do país, muitos candidatos, e mesmo eu sendo petista, não acredito no candidato do partido, muito menos nos outros. Dá até para falar que perdi um pouco do tesão na política que me encantava antigamente. Mas até aqui, ainda acredito que as coisas podem dar certo, que pode mudar para melhor, é uma opinião minha, MINHA.
Tanta gente fala que a política do Brasil nunca vai mudar, mas onde começa? Onde está errado? Onde o erro se esconde que ninguém vê e tudo isso é apenas uma decepção? Eu acho que está em nós mesmo, nós pessoas, nós gente, nós humanos. É muito fácil acusar, mas é difícil se redimir. É incômodo colocar a culpa em suas próprias costas, é sair da sua zona de conforto, é achar que está certo e não errado.
Isso vale para as opiniões. O que “eu acho é certo”, mas o certo do outro, não é certo para você, é incômodo. E o que tenho que fazer? Cutucar. Quanto mais eu cutucar, mais desequilibro a opinião do outro e o outro não sabe mais onde se equilibrar em suas crenças, suas certezas, suas convicções. Isso é imposição.
Se eu me coloco como certo e o outro como errado, gera-se um conflito. O choque de ideias pode gerar um incômodo tão grande que chega a afastar as pessoas, e ainda com riscos de que a conexão entre elas se torne violenta. Não precisa ser no tapa ou no soco, mas na palavra, e ela machuca.
Uma palavra pode causar uma dor gigantesca. Sua opinião pode criar o caos. Seu jeito de pensar pode ser uma arma pronta para atirar. Cada um tem o seu eixo de norte, cada um segue a sua própria trilha dentro da sociedade. O respeito que deveria haver, não há. É mais simples atacar ou ignorar. Por que não deixar de lado o choque e pensar no encontro de pensamentos?
O que achamos ou acreditamos deve ser algo nosso, próprio, e não precisa seguir o comum. Pense, fale e viva. Seja a sua verdade e deixe o outro ser a verdade dele.